domingo, 1 de janeiro de 2012

reprodução (cascudo)

OS CASCUDOS
Ancistrus spOs cascudos pertencentes ao gênero Ancistrus são encontrados em todo Brasil de norte a sul, e apresentam uma variedade enorme de espécies, formatos e colorações.
Dentre as diversas espécies de cascudos, as pertencentes a esse grupo (Ancistrus e afins, como Parancistrus, Hypancistrus etc.) são relativamente fáceis de reproduzir pois, diferente de outras espécies de cascudos, não cavam ninhos tocas profundas no solo, procuram frestas e tocas prontos.
Podemos reconhecer os cascudos deste grupo por apresentarem placas muito definidas, geralmente corpo curto e cabeça larga. a maioria das espécies possui formações carnosas na cabeça e espinhos retráteis logo atrás da boca, sob os olhos, no lugar onde imaginaríamos ser a "bochecha" deles.


Possuem boca grande e dentículos bem distribuídos por toda a extensão dos "lábios". São espécies oportunistas, alimentam-se de algas e matéria vegetal, mas podem se aproveitar de carcaças e restos de comida.
Podem inclusive acabar causando grande estrago em plantas de folhas mais macias, por isso, alimentação adicional diária com verduras e legumes é sempre bem vinda! Em se tratando de reprodução, melhor que a oferta seja constante, trocada diariamente.
São conhecidos como Bodós, Acarís ou Pretos-Velho. Algumas espécies, como o Aba Branca, o Aba Laranja, o Bodó Seda (Ancistrus sp. cf. hoplogenys), são muito bonitos e de coloração marcante, a maioria, no entanto, é escura, com manchas ora irregulares, como que marmorizados, ora super definida em pontos ou listras nítidas.

Os Ancistrus em si tem uma grande vantagem: são também relativamente fáceis de se diferenciar o sexo, facilitando muito a obtenção de casais!
Só que muitas vezes machos e fêmeas são tão diferentes que podem parecer espécies diferentes, por isso, procure comprá-los juntos, machos e fêmeas de uma mesma remessa. Aumenta a possibilidade de serem efetivamente da mesma espécie.


Na foto acima, casal de provavelmente Ancistrus temminckii alimentando-se de um pedaço de abobrinha.Perceba as formações carnosas na cabeça do macho, ausentes na fêmea.

OBTENDO A DESOVA
Tenho reproduzido cascudos do gênero Ancistrus sp. há anos, desde que consegui alguns cascudos desses como lembranças de meu primeiro NEC (Northeast Council of Aquarium Societies – evento de aquarismo da costa oeste estadunidense). Seu antigo dono me assegurou reproduzirem facilmente e que, brevemente estaria a volta com muitos “cascudinhos” nadando por aí.




Passou um ano e nem sinal de desova, e eu comecei a achar que não era algo assim tão simples! No tanque haviam alguns pedaços de cano de PVC, cascalho e plantas artificiais. Não conseguia imaginar o que estava fazendo errado.
Por sorte, num desses encontros, acabei reencontrando o antigo dono de meus cascudos. Discuti com ele detalhadamente sobre o procedimento e vi que precisaria de um lugar, como uma rocha de superfície plana, onde um macho poderia instituir seu ninho! Sem um lugar ideal para o ninho, eles não reproduzem.
Cheguei em casa e coloquei uma rocha, em três dias já havia um macho lá arrumando as coisas! Depois de dois dias apareceram os ovos!
Depois de cinco anos reproduzo a terceira geração desde o grupo original. Tenho cerca de 300 cascudos, vendo 25 a 50 por semana se não estaria abarrotado de cascudinhos mesmo! Sua fertilidade é muito grande e as perdas são mínimas!
O setup do aquário é bastante flexível. Aprecio aquários de 80 litros pela praticidade, sem cascalho, plantas ou quaisquer objetos de decoração, apenas duas coisas são indispensáveis: uma área para reprodução, além, claro, de um bom pedaço de tronco já afundado. Suprimir ao máximo a decoração facilita manter a assepsia do tanque, sifonagens, localizar os filhotes, etc.
Mantenho o PH ligeiramente ácido e em água de DH baixo. Há quem os reproduza em condições mais diversas, mas procuro ater-me ao padrão mais próximo de seus possíveis habitats.
A área de reprodução é algo fácil de construir. Uso uma caixa plástica mais ou menos do tamanho de uma caixa de sapatos, coloco uma fina camada de areia ou cascalho fino. Usando um pequeno prato feito de material opaco e preferivelmente de cor escura, faço uma depressão neste cascalho e posiciono o prato sobre essa depressão, com a base para cima. Pode-se colocar alguma pedra maior ou mesmo um pequeno tronco para forçar uma pequena abertura, e coloco esse conjunto gentilmente no aquário, só tomando o cuidado de gentilmente retirar bolhas de ar que fiquem presas no prato.
A solução do prato é bastante confortável, pois tem uma boa área, é fácil de limpar e de guardar quando não estiver em uso, entretanto alguns exemplares preferem tocas mais apertada, como pedaços de cano cortados ao meio, gomos de bambu cortados ao meio ou telhas de barro.
Algumas vezes o macho ignora o prato e convida a fêmea a desovar entre a caixa plástica e o vidro da lateral. Não se preocupe com isso, pelo menos ele está desovando. O macho cuidará da cria não importa onde ela esteja.


Na foto acima, macho de Ancistrus guardando seus ovos num ninho feito em uma placa de pedra com formato semelhante a um pequeno prato.


O tronco mencionado é importantíssimo para que os peixes se alimentem dele literalmente. Os ácidos e proteínas do tronco auxiliam seu processo digestivo.
Mantenho trios de um macho e duas fêmeas em aquários de cerca de 80 litros. Pelo menos uma delas estará apta à desova, se por acaso ambas estiverem simultaneamente, o macho cuidará dos ovos com igual cuidado. NUNCA mantenha mais de um macho por tanque, em se tratando de reprodução, ficam muito agressivos. Mesmo assim, nunca tive nenhum exemplar seriamente ferido nesse tipo de combate.
As fêmeas, no entanto, não oferecem nenhuma vantagem ou mal aos filhotes, os ignoram completamente.
Uso pequenos filtros externos conjugados a filtros internos de esponja. Como a maioria dos cascudos, habitam águas com grande oxigenação, e é preciso reproduzir esta condição em seu tanque. Uso carvão ativado constantemente nos filtros e os substituo a cada mês e meio, além da lavagem dos filtros e de trocas parciais de 50% do volume total por semana. Tudo para garantir uma excelente qualidade de água.
Estas espécies geralmente não precisam de temperaturas muito altas para reproduzir. Espécies mais exóticas geralmente vêm da Amazônia, as que apresentam padronagem mais complexas e multicoloridas. As espécies de coloração mais modesta ou uniforme são encontradas em todo continente sul-americano, portanto temperaturas mais baixas. 27ºC costuma ser ideal, mas faça testes com seus cascudos, se aumentar um pouco a temperatura ajudar, faça isso!
Quando o macho ficar constantemente dentro da toca, é sinal que a desova ocorreu.
Os ovos de Ancistrus são grandes e em tons de laranja ou amarelo, alguns quando maduros são quase vermelho sangue.
Os ovos são grudados entre si fortemente, formando uma massa única e rígida. NUNCA TOQUE NOS OVOS, POR MAIS TENTADOR QUE POSSA PARECER! Os ovos se quebram facilmente e o stress pode convencer o macho que a cria está perdida, e ele perderá o interesse por ela. Os filhotes quase nunca sobrevivem sem o cuidado do pai.
Aliás, o macho cuidará da cria com todas as suas forças até que atinjam algo como 3 a 4cm de comprimento, quando as crias começarão a sair do ninho e o pai já se interessará por uma nova desova.
Justamente aí está a vantagem de colocar o ninho dentro de uma caixa plástica, facilita a retirada das crias, pelo menos de parte dela. Não que as crias incomodem novas reproduções, mas quanto mais filhotes houver no aquário, menor será o interesse dos peixes em reproduzir.

Na figura acima, macho de Ancistrus cuidando da cria em um cano cortado ao meio.

CUIDANDO DOS FILHOTES
Os filhotes comerão o mesmo que os pais assim que saírem do ninho. Abobrinha é o preferido, mas aceitam blood worms congeladas, pedaços de peixe etc.
Abobrinhas me parecem ter um efeito "afrodizíaco" sobre os cascudos. Eu as corto em fatias e os deixo se fartarem. Geralmente reproduzem após uma boa refeição de rodelas de abobrinha.
Os filhotes passam o dia nas abobrinhas, se alimentando muito e crescendo fortes. Mas não as deixe demais, as coloque de manhã e retire à noite.
Reproduzir seus filhotes é uma boa pedida, pois já estão mais que perfeitamente adaptados às condições de seu tanque, porém é preciso paciência. Como todo peixe gato, cascudos demoram a amadurecer, exemplares com cerca de um ano e meio a dois anos estão aptos a tentar reproduzir. Não estranhe se eles falharem nas primeiras desovas, logo aprendem como fazer.

CONCLUSÕES
Cascudos são uma "mão na roda" para um aquarista. Mantenho cascudos em todos os meus tanques, inclusive nos de crescimento de alevinos de ciclídeos. Além de darem cabo a boa parte das algas, limpam restos de comida que se acumulariam no fundo e não incomodam outros peixes, ou seja, manter cascudos reduzem nossas intervenções e o stress que elas causam aos peixes.
Até onde eu entendo, todos que possuem um aquário dulcícola deveriam manter alguns destes pequenos, belos e guerreiros aliados.



OS CASCUDOS
Ancistrus spOs cascudos pertencentes ao gênero Ancistrus são encontrados em todo Brasil de norte a sul, e apresentam uma variedade enorme de espécies, formatos e colorações.
Dentre as diversas espécies de cascudos, as pertencentes a esse grupo (Ancistrus e afins, como Parancistrus, Hypancistrus etc.) são relativamente fáceis de reproduzir pois, diferente de outras espécies de cascudos, não cavam ninhos tocas profundas no solo, procuram frestas e tocas prontos.
Podemos reconhecer os cascudos deste grupo por apresentarem placas muito definidas, geralmente corpo curto e cabeça larga. a maioria das espécies possui formações carnosas na cabeça e espinhos retráteis logo atrás da boca, sob os olhos, no lugar onde imaginaríamos ser a "bochecha" deles.


Possuem boca grande e dentículos bem distribuídos por toda a extensão dos "lábios". São espécies oportunistas, alimentam-se de algas e matéria vegetal, mas podem se aproveitar de carcaças e restos de comida.
Podem inclusive acabar causando grande estrago em plantas de folhas mais macias, por isso, alimentação adicional diária com verduras e legumes é sempre bem vinda! Em se tratando de reprodução, melhor que a oferta seja constante, trocada diariamente.
São conhecidos como Bodós, Acarís ou Pretos-Velho. Algumas espécies, como o Aba Branca, o Aba Laranja, o Bodó Seda (Ancistrus sp. cf. hoplogenys), são muito bonitos e de coloração marcante, a maioria, no entanto, é escura, com manchas ora irregulares, como que marmorizados, ora super definida em pontos ou listras nítidas.

Os Ancistrus em si tem uma grande vantagem: são também relativamente fáceis de se diferenciar o sexo, facilitando muito a obtenção de casais!
Só que muitas vezes machos e fêmeas são tão diferentes que podem parecer espécies diferentes, por isso, procure comprá-los juntos, machos e fêmeas de uma mesma remessa. Aumenta a possibilidade de serem efetivamente da mesma espécie.


Na foto acima, casal de provavelmente Ancistrus temminckii alimentando-se de um pedaço de abobrinha.Perceba as formações carnosas na cabeça do macho, ausentes na fêmea.

OBTENDO A DESOVA
Tenho reproduzido cascudos do gênero Ancistrus sp. há anos, desde que consegui alguns cascudos desses como lembranças de meu primeiro NEC (Northeast Council of Aquarium Societies – evento de aquarismo da costa oeste estadunidense). Seu antigo dono me assegurou reproduzirem facilmente e que, brevemente estaria a volta com muitos “cascudinhos” nadando por aí.




Passou um ano e nem sinal de desova, e eu comecei a achar que não era algo assim tão simples! No tanque haviam alguns pedaços de cano de PVC, cascalho e plantas artificiais. Não conseguia imaginar o que estava fazendo errado.
Por sorte, num desses encontros, acabei reencontrando o antigo dono de meus cascudos. Discuti com ele detalhadamente sobre o procedimento e vi que precisaria de um lugar, como uma rocha de superfície plana, onde um macho poderia instituir seu ninho! Sem um lugar ideal para o ninho, eles não reproduzem.
Cheguei em casa e coloquei uma rocha, em três dias já havia um macho lá arrumando as coisas! Depois de dois dias apareceram os ovos!
Depois de cinco anos reproduzo a terceira geração desde o grupo original. Tenho cerca de 300 cascudos, vendo 25 a 50 por semana se não estaria abarrotado de cascudinhos mesmo! Sua fertilidade é muito grande e as perdas são mínimas!
O setup do aquário é bastante flexível. Aprecio aquários de 80 litros pela praticidade, sem cascalho, plantas ou quaisquer objetos de decoração, apenas duas coisas são indispensáveis: uma área para reprodução, além, claro, de um bom pedaço de tronco já afundado. Suprimir ao máximo a decoração facilita manter a assepsia do tanque, sifonagens, localizar os filhotes, etc.
Mantenho o PH ligeiramente ácido e em água de DH baixo. Há quem os reproduza em condições mais diversas, mas procuro ater-me ao padrão mais próximo de seus possíveis habitats.
A área de reprodução é algo fácil de construir. Uso uma caixa plástica mais ou menos do tamanho de uma caixa de sapatos, coloco uma fina camada de areia ou cascalho fino. Usando um pequeno prato feito de material opaco e preferivelmente de cor escura, faço uma depressão neste cascalho e posiciono o prato sobre essa depressão, com a base para cima. Pode-se colocar alguma pedra maior ou mesmo um pequeno tronco para forçar uma pequena abertura, e coloco esse conjunto gentilmente no aquário, só tomando o cuidado de gentilmente retirar bolhas de ar que fiquem presas no prato.
A solução do prato é bastante confortável, pois tem uma boa área, é fácil de limpar e de guardar quando não estiver em uso, entretanto alguns exemplares preferem tocas mais apertada, como pedaços de cano cortados ao meio, gomos de bambu cortados ao meio ou telhas de barro.
Algumas vezes o macho ignora o prato e convida a fêmea a desovar entre a caixa plástica e o vidro da lateral. Não se preocupe com isso, pelo menos ele está desovando. O macho cuidará da cria não importa onde ela esteja.


Na foto acima, macho de Ancistrus guardando seus ovos num ninho feito em uma placa de pedra com formato semelhante a um pequeno prato.


O tronco mencionado é importantíssimo para que os peixes se alimentem dele literalmente. Os ácidos e proteínas do tronco auxiliam seu processo digestivo.
Mantenho trios de um macho e duas fêmeas em aquários de cerca de 80 litros. Pelo menos uma delas estará apta à desova, se por acaso ambas estiverem simultaneamente, o macho cuidará dos ovos com igual cuidado. NUNCA mantenha mais de um macho por tanque, em se tratando de reprodução, ficam muito agressivos. Mesmo assim, nunca tive nenhum exemplar seriamente ferido nesse tipo de combate.
As fêmeas, no entanto, não oferecem nenhuma vantagem ou mal aos filhotes, os ignoram completamente.
Uso pequenos filtros externos conjugados a filtros internos de esponja. Como a maioria dos cascudos, habitam águas com grande oxigenação, e é preciso reproduzir esta condição em seu tanque. Uso carvão ativado constantemente nos filtros e os substituo a cada mês e meio, além da lavagem dos filtros e de trocas parciais de 50% do volume total por semana. Tudo para garantir uma excelente qualidade de água.
Estas espécies geralmente não precisam de temperaturas muito altas para reproduzir. Espécies mais exóticas geralmente vêm da Amazônia, as que apresentam padronagem mais complexas e multicoloridas. As espécies de coloração mais modesta ou uniforme são encontradas em todo continente sul-americano, portanto temperaturas mais baixas. 27ºC costuma ser ideal, mas faça testes com seus cascudos, se aumentar um pouco a temperatura ajudar, faça isso!
Quando o macho ficar constantemente dentro da toca, é sinal que a desova ocorreu.
Os ovos de Ancistrus são grandes e em tons de laranja ou amarelo, alguns quando maduros são quase vermelho sangue.
Os ovos são grudados entre si fortemente, formando uma massa única e rígida. NUNCA TOQUE NOS OVOS, POR MAIS TENTADOR QUE POSSA PARECER! Os ovos se quebram facilmente e o stress pode convencer o macho que a cria está perdida, e ele perderá o interesse por ela. Os filhotes quase nunca sobrevivem sem o cuidado do pai.
Aliás, o macho cuidará da cria com todas as suas forças até que atinjam algo como 3 a 4cm de comprimento, quando as crias começarão a sair do ninho e o pai já se interessará por uma nova desova.
Justamente aí está a vantagem de colocar o ninho dentro de uma caixa plástica, facilita a retirada das crias, pelo menos de parte dela. Não que as crias incomodem novas reproduções, mas quanto mais filhotes houver no aquário, menor será o interesse dos peixes em reproduzir.

Na figura acima, macho de Ancistrus cuidando da cria em um cano cortado ao meio.

CUIDANDO DOS FILHOTES
Os filhotes comerão o mesmo que os pais assim que saírem do ninho. Abobrinha é o preferido, mas aceitam blood worms congeladas, pedaços de peixe etc.
Abobrinhas me parecem ter um efeito "afrodizíaco" sobre os cascudos. Eu as corto em fatias e os deixo se fartarem. Geralmente reproduzem após uma boa refeição de rodelas de abobrinha.
Os filhotes passam o dia nas abobrinhas, se alimentando muito e crescendo fortes. Mas não as deixe demais, as coloque de manhã e retire à noite.
Reproduzir seus filhotes é uma boa pedida, pois já estão mais que perfeitamente adaptados às condições de seu tanque, porém é preciso paciência. Como todo peixe gato, cascudos demoram a amadurecer, exemplares com cerca de um ano e meio a dois anos estão aptos a tentar reproduzir. Não estranhe se eles falharem nas primeiras desovas, logo aprendem como fazer.

CONCLUSÕES
Cascudos são uma "mão na roda" para um aquarista. Mantenho cascudos em todos os meus tanques, inclusive nos de crescimento de alevinos de ciclídeos. Além de darem cabo a boa parte das algas, limpam restos de comida que se acumulariam no fundo e não incomodam outros peixes, ou seja, manter cascudos reduzem nossas intervenções e o stress que elas causam aos peixes.
Até onde eu entendo, todos que possuem um aquário dulcícola deveriam manter alguns destes pequenos, belos e guerreiros aliados.



OS CASCUDOS
Ancistrus spOs cascudos pertencentes ao gênero Ancistrus são encontrados em todo Brasil de norte a sul, e apresentam uma variedade enorme de espécies, formatos e colorações.
Dentre as diversas espécies de cascudos, as pertencentes a esse grupo (Ancistrus e afins, como Parancistrus, Hypancistrus etc.) são relativamente fáceis de reproduzir pois, diferente de outras espécies de cascudos, não cavam ninhos tocas profundas no solo, procuram frestas e tocas prontos.
Podemos reconhecer os cascudos deste grupo por apresentarem placas muito definidas, geralmente corpo curto e cabeça larga. a maioria das espécies possui formações carnosas na cabeça e espinhos retráteis logo atrás da boca, sob os olhos, no lugar onde imaginaríamos ser a "bochecha" deles.


Possuem boca grande e dentículos bem distribuídos por toda a extensão dos "lábios". São espécies oportunistas, alimentam-se de algas e matéria vegetal, mas podem se aproveitar de carcaças e restos de comida.
Podem inclusive acabar causando grande estrago em plantas de folhas mais macias, por isso, alimentação adicional diária com verduras e legumes é sempre bem vinda! Em se tratando de reprodução, melhor que a oferta seja constante, trocada diariamente.
São conhecidos como Bodós, Acarís ou Pretos-Velho. Algumas espécies, como o Aba Branca, o Aba Laranja, o Bodó Seda (Ancistrus sp. cf. hoplogenys), são muito bonitos e de coloração marcante, a maioria, no entanto, é escura, com manchas ora irregulares, como que marmorizados, ora super definida em pontos ou listras nítidas.

Os Ancistrus em si tem uma grande vantagem: são também relativamente fáceis de se diferenciar o sexo, facilitando muito a obtenção de casais!
Só que muitas vezes machos e fêmeas são tão diferentes que podem parecer espécies diferentes, por isso, procure comprá-los juntos, machos e fêmeas de uma mesma remessa. Aumenta a possibilidade de serem efetivamente da mesma espécie.


Na foto acima, casal de provavelmente Ancistrus temminckii alimentando-se de um pedaço de abobrinha.Perceba as formações carnosas na cabeça do macho, ausentes na fêmea.

OBTENDO A DESOVA
Tenho reproduzido cascudos do gênero Ancistrus sp. há anos, desde que consegui alguns cascudos desses como lembranças de meu primeiro NEC (Northeast Council of Aquarium Societies – evento de aquarismo da costa oeste estadunidense). Seu antigo dono me assegurou reproduzirem facilmente e que, brevemente estaria a volta com muitos “cascudinhos” nadando por aí.




Passou um ano e nem sinal de desova, e eu comecei a achar que não era algo assim tão simples! No tanque haviam alguns pedaços de cano de PVC, cascalho e plantas artificiais. Não conseguia imaginar o que estava fazendo errado.
Por sorte, num desses encontros, acabei reencontrando o antigo dono de meus cascudos. Discuti com ele detalhadamente sobre o procedimento e vi que precisaria de um lugar, como uma rocha de superfície plana, onde um macho poderia instituir seu ninho! Sem um lugar ideal para o ninho, eles não reproduzem.
Cheguei em casa e coloquei uma rocha, em três dias já havia um macho lá arrumando as coisas! Depois de dois dias apareceram os ovos!
Depois de cinco anos reproduzo a terceira geração desde o grupo original. Tenho cerca de 300 cascudos, vendo 25 a 50 por semana se não estaria abarrotado de cascudinhos mesmo! Sua fertilidade é muito grande e as perdas são mínimas!
O setup do aquário é bastante flexível. Aprecio aquários de 80 litros pela praticidade, sem cascalho, plantas ou quaisquer objetos de decoração, apenas duas coisas são indispensáveis: uma área para reprodução, além, claro, de um bom pedaço de tronco já afundado. Suprimir ao máximo a decoração facilita manter a assepsia do tanque, sifonagens, localizar os filhotes, etc.
Mantenho o PH ligeiramente ácido e em água de DH baixo. Há quem os reproduza em condições mais diversas, mas procuro ater-me ao padrão mais próximo de seus possíveis habitats.
A área de reprodução é algo fácil de construir. Uso uma caixa plástica mais ou menos do tamanho de uma caixa de sapatos, coloco uma fina camada de areia ou cascalho fino. Usando um pequeno prato feito de material opaco e preferivelmente de cor escura, faço uma depressão neste cascalho e posiciono o prato sobre essa depressão, com a base para cima. Pode-se colocar alguma pedra maior ou mesmo um pequeno tronco para forçar uma pequena abertura, e coloco esse conjunto gentilmente no aquário, só tomando o cuidado de gentilmente retirar bolhas de ar que fiquem presas no prato.
A solução do prato é bastante confortável, pois tem uma boa área, é fácil de limpar e de guardar quando não estiver em uso, entretanto alguns exemplares preferem tocas mais apertada, como pedaços de cano cortados ao meio, gomos de bambu cortados ao meio ou telhas de barro.
Algumas vezes o macho ignora o prato e convida a fêmea a desovar entre a caixa plástica e o vidro da lateral. Não se preocupe com isso, pelo menos ele está desovando. O macho cuidará da cria não importa onde ela esteja.


Na foto acima, macho de Ancistrus guardando seus ovos num ninho feito em uma placa de pedra com formato semelhante a um pequeno prato.


O tronco mencionado é importantíssimo para que os peixes se alimentem dele literalmente. Os ácidos e proteínas do tronco auxiliam seu processo digestivo.
Mantenho trios de um macho e duas fêmeas em aquários de cerca de 80 litros. Pelo menos uma delas estará apta à desova, se por acaso ambas estiverem simultaneamente, o macho cuidará dos ovos com igual cuidado. NUNCA mantenha mais de um macho por tanque, em se tratando de reprodução, ficam muito agressivos. Mesmo assim, nunca tive nenhum exemplar seriamente ferido nesse tipo de combate.
As fêmeas, no entanto, não oferecem nenhuma vantagem ou mal aos filhotes, os ignoram completamente.
Uso pequenos filtros externos conjugados a filtros internos de esponja. Como a maioria dos cascudos, habitam águas com grande oxigenação, e é preciso reproduzir esta condição em seu tanque. Uso carvão ativado constantemente nos filtros e os substituo a cada mês e meio, além da lavagem dos filtros e de trocas parciais de 50% do volume total por semana. Tudo para garantir uma excelente qualidade de água.
Estas espécies geralmente não precisam de temperaturas muito altas para reproduzir. Espécies mais exóticas geralmente vêm da Amazônia, as que apresentam padronagem mais complexas e multicoloridas. As espécies de coloração mais modesta ou uniforme são encontradas em todo continente sul-americano, portanto temperaturas mais baixas. 27ºC costuma ser ideal, mas faça testes com seus cascudos, se aumentar um pouco a temperatura ajudar, faça isso!
Quando o macho ficar constantemente dentro da toca, é sinal que a desova ocorreu.
Os ovos de Ancistrus são grandes e em tons de laranja ou amarelo, alguns quando maduros são quase vermelho sangue.
Os ovos são grudados entre si fortemente, formando uma massa única e rígida. NUNCA TOQUE NOS OVOS, POR MAIS TENTADOR QUE POSSA PARECER! Os ovos se quebram facilmente e o stress pode convencer o macho que a cria está perdida, e ele perderá o interesse por ela. Os filhotes quase nunca sobrevivem sem o cuidado do pai.
Aliás, o macho cuidará da cria com todas as suas forças até que atinjam algo como 3 a 4cm de comprimento, quando as crias começarão a sair do ninho e o pai já se interessará por uma nova desova.
Justamente aí está a vantagem de colocar o ninho dentro de uma caixa plástica, facilita a retirada das crias, pelo menos de parte dela. Não que as crias incomodem novas reproduções, mas quanto mais filhotes houver no aquário, menor será o interesse dos peixes em reproduzir.

Na figura acima, macho de Ancistrus cuidando da cria em um cano cortado ao meio.

CUIDANDO DOS FILHOTES
Os filhotes comerão o mesmo que os pais assim que saírem do ninho. Abobrinha é o preferido, mas aceitam blood worms congeladas, pedaços de peixe etc.
Abobrinhas me parecem ter um efeito "afrodizíaco" sobre os cascudos. Eu as corto em fatias e os deixo se fartarem. Geralmente reproduzem após uma boa refeição de rodelas de abobrinha.
Os filhotes passam o dia nas abobrinhas, se alimentando muito e crescendo fortes. Mas não as deixe demais, as coloque de manhã e retire à noite.
Reproduzir seus filhotes é uma boa pedida, pois já estão mais que perfeitamente adaptados às condições de seu tanque, porém é preciso paciência. Como todo peixe gato, cascudos demoram a amadurecer, exemplares com cerca de um ano e meio a dois anos estão aptos a tentar reproduzir. Não estranhe se eles falharem nas primeiras desovas, logo aprendem como fazer.

CONCLUSÕES
Cascudos são uma "mão na roda" para um aquarista. Mantenho cascudos em todos os meus tanques, inclusive nos de crescimento de alevinos de ciclídeos. Além de darem cabo a boa parte das algas, limpam restos de comida que se acumulariam no fundo e não incomodam outros peixes, ou seja, manter cascudos reduzem nossas intervenções e o stress que elas causam aos peixes.
Até onde eu entendo, todos que possuem um aquário dulcícola deveriam manter alguns destes pequenos, belos e guerreiros aliados.



OS CASCUDOS
Ancistrus spOs cascudos pertencentes ao gênero Ancistrus são encontrados em todo Brasil de norte a sul, e apresentam uma variedade enorme de espécies, formatos e colorações.
Dentre as diversas espécies de cascudos, as pertencentes a esse grupo (Ancistrus e afins, como Parancistrus, Hypancistrus etc.) são relativamente fáceis de reproduzir pois, diferente de outras espécies de cascudos, não cavam ninhos tocas profundas no solo, procuram frestas e tocas prontos.
Podemos reconhecer os cascudos deste grupo por apresentarem placas muito definidas, geralmente corpo curto e cabeça larga. a maioria das espécies possui formações carnosas na cabeça e espinhos retráteis logo atrás da boca, sob os olhos, no lugar onde imaginaríamos ser a "bochecha" deles.


Possuem boca grande e dentículos bem distribuídos por toda a extensão dos "lábios". São espécies oportunistas, alimentam-se de algas e matéria vegetal, mas podem se aproveitar de carcaças e restos de comida.
Podem inclusive acabar causando grande estrago em plantas de folhas mais macias, por isso, alimentação adicional diária com verduras e legumes é sempre bem vinda! Em se tratando de reprodução, melhor que a oferta seja constante, trocada diariamente.
São conhecidos como Bodós, Acarís ou Pretos-Velho. Algumas espécies, como o Aba Branca, o Aba Laranja, o Bodó Seda (Ancistrus sp. cf. hoplogenys), são muito bonitos e de coloração marcante, a maioria, no entanto, é escura, com manchas ora irregulares, como que marmorizados, ora super definida em pontos ou listras nítidas.

Os Ancistrus em si tem uma grande vantagem: são também relativamente fáceis de se diferenciar o sexo, facilitando muito a obtenção de casais!
Só que muitas vezes machos e fêmeas são tão diferentes que podem parecer espécies diferentes, por isso, procure comprá-los juntos, machos e fêmeas de uma mesma remessa. Aumenta a possibilidade de serem efetivamente da mesma espécie.


Na foto acima, casal de provavelmente Ancistrus temminckii alimentando-se de um pedaço de abobrinha.Perceba as formações carnosas na cabeça do macho, ausentes na fêmea.

OBTENDO A DESOVA
Tenho reproduzido cascudos do gênero Ancistrus sp. há anos, desde que consegui alguns cascudos desses como lembranças de meu primeiro NEC (Northeast Council of Aquarium Societies – evento de aquarismo da costa oeste estadunidense). Seu antigo dono me assegurou reproduzirem facilmente e que, brevemente estaria a volta com muitos “cascudinhos” nadando por aí.




Passou um ano e nem sinal de desova, e eu comecei a achar que não era algo assim tão simples! No tanque haviam alguns pedaços de cano de PVC, cascalho e plantas artificiais. Não conseguia imaginar o que estava fazendo errado.
Por sorte, num desses encontros, acabei reencontrando o antigo dono de meus cascudos. Discuti com ele detalhadamente sobre o procedimento e vi que precisaria de um lugar, como uma rocha de superfície plana, onde um macho poderia instituir seu ninho! Sem um lugar ideal para o ninho, eles não reproduzem.
Cheguei em casa e coloquei uma rocha, em três dias já havia um macho lá arrumando as coisas! Depois de dois dias apareceram os ovos!
Depois de cinco anos reproduzo a terceira geração desde o grupo original. Tenho cerca de 300 cascudos, vendo 25 a 50 por semana se não estaria abarrotado de cascudinhos mesmo! Sua fertilidade é muito grande e as perdas são mínimas!
O setup do aquário é bastante flexível. Aprecio aquários de 80 litros pela praticidade, sem cascalho, plantas ou quaisquer objetos de decoração, apenas duas coisas são indispensáveis: uma área para reprodução, além, claro, de um bom pedaço de tronco já afundado. Suprimir ao máximo a decoração facilita manter a assepsia do tanque, sifonagens, localizar os filhotes, etc.
Mantenho o PH ligeiramente ácido e em água de DH baixo. Há quem os reproduza em condições mais diversas, mas procuro ater-me ao padrão mais próximo de seus possíveis habitats.
A área de reprodução é algo fácil de construir. Uso uma caixa plástica mais ou menos do tamanho de uma caixa de sapatos, coloco uma fina camada de areia ou cascalho fino. Usando um pequeno prato feito de material opaco e preferivelmente de cor escura, faço uma depressão neste cascalho e posiciono o prato sobre essa depressão, com a base para cima. Pode-se colocar alguma pedra maior ou mesmo um pequeno tronco para forçar uma pequena abertura, e coloco esse conjunto gentilmente no aquário, só tomando o cuidado de gentilmente retirar bolhas de ar que fiquem presas no prato.
A solução do prato é bastante confortável, pois tem uma boa área, é fácil de limpar e de guardar quando não estiver em uso, entretanto alguns exemplares preferem tocas mais apertada, como pedaços de cano cortados ao meio, gomos de bambu cortados ao meio ou telhas de barro.
Algumas vezes o macho ignora o prato e convida a fêmea a desovar entre a caixa plástica e o vidro da lateral. Não se preocupe com isso, pelo menos ele está desovando. O macho cuidará da cria não importa onde ela esteja.


Na foto acima, macho de Ancistrus guardando seus ovos num ninho feito em uma placa de pedra com formato semelhante a um pequeno prato.


O tronco mencionado é importantíssimo para que os peixes se alimentem dele literalmente. Os ácidos e proteínas do tronco auxiliam seu processo digestivo.
Mantenho trios de um macho e duas fêmeas em aquários de cerca de 80 litros. Pelo menos uma delas estará apta à desova, se por acaso ambas estiverem simultaneamente, o macho cuidará dos ovos com igual cuidado. NUNCA mantenha mais de um macho por tanque, em se tratando de reprodução, ficam muito agressivos. Mesmo assim, nunca tive nenhum exemplar seriamente ferido nesse tipo de combate.
As fêmeas, no entanto, não oferecem nenhuma vantagem ou mal aos filhotes, os ignoram completamente.
Uso pequenos filtros externos conjugados a filtros internos de esponja. Como a maioria dos cascudos, habitam águas com grande oxigenação, e é preciso reproduzir esta condição em seu tanque. Uso carvão ativado constantemente nos filtros e os substituo a cada mês e meio, além da lavagem dos filtros e de trocas parciais de 50% do volume total por semana. Tudo para garantir uma excelente qualidade de água.
Estas espécies geralmente não precisam de temperaturas muito altas para reproduzir. Espécies mais exóticas geralmente vêm da Amazônia, as que apresentam padronagem mais complexas e multicoloridas. As espécies de coloração mais modesta ou uniforme são encontradas em todo continente sul-americano, portanto temperaturas mais baixas. 27ºC costuma ser ideal, mas faça testes com seus cascudos, se aumentar um pouco a temperatura ajudar, faça isso!
Quando o macho ficar constantemente dentro da toca, é sinal que a desova ocorreu.
Os ovos de Ancistrus são grandes e em tons de laranja ou amarelo, alguns quando maduros são quase vermelho sangue.
Os ovos são grudados entre si fortemente, formando uma massa única e rígida. NUNCA TOQUE NOS OVOS, POR MAIS TENTADOR QUE POSSA PARECER! Os ovos se quebram facilmente e o stress pode convencer o macho que a cria está perdida, e ele perderá o interesse por ela. Os filhotes quase nunca sobrevivem sem o cuidado do pai.
Aliás, o macho cuidará da cria com todas as suas forças até que atinjam algo como 3 a 4cm de comprimento, quando as crias começarão a sair do ninho e o pai já se interessará por uma nova desova.
Justamente aí está a vantagem de colocar o ninho dentro de uma caixa plástica, facilita a retirada das crias, pelo menos de parte dela. Não que as crias incomodem novas reproduções, mas quanto mais filhotes houver no aquário, menor será o interesse dos peixes em reproduzir.

Na figura acima, macho de Ancistrus cuidando da cria em um cano cortado ao meio.

CUIDANDO DOS FILHOTES
Os filhotes comerão o mesmo que os pais assim que saírem do ninho. Abobrinha é o preferido, mas aceitam blood worms congeladas, pedaços de peixe etc.
Abobrinhas me parecem ter um efeito "afrodizíaco" sobre os cascudos. Eu as corto em fatias e os deixo se fartarem. Geralmente reproduzem após uma boa refeição de rodelas de abobrinha.
Os filhotes passam o dia nas abobrinhas, se alimentando muito e crescendo fortes. Mas não as deixe demais, as coloque de manhã e retire à noite.
Reproduzir seus filhotes é uma boa pedida, pois já estão mais que perfeitamente adaptados às condições de seu tanque, porém é preciso paciência. Como todo peixe gato, cascudos demoram a amadurecer, exemplares com cerca de um ano e meio a dois anos estão aptos a tentar reproduzir. Não estranhe se eles falharem nas primeiras desovas, logo aprendem como fazer.

CONCLUSÕES
Cascudos são uma "mão na roda" para um aquarista. Mantenho cascudos em todos os meus tanques, inclusive nos de crescimento de alevinos de ciclídeos. Além de darem cabo a boa parte das algas, limpam restos de comida que se acumulariam no fundo e não incomodam outros peixes, ou seja, manter cascudos reduzem nossas intervenções e o stress que elas causam aos peixes.
Até onde eu entendo, todos que possuem um aquário dulcícola deveriam manter alguns destes pequenos, belos e guerreiros aliados.



OS CASCUDOS
Ancistrus spOs cascudos pertencentes ao gênero Ancistrus são encontrados em todo Brasil de norte a sul, e apresentam uma variedade enorme de espécies, formatos e colorações.
Dentre as diversas espécies de cascudos, as pertencentes a esse grupo (Ancistrus e afins, como Parancistrus, Hypancistrus etc.) são relativamente fáceis de reproduzir pois, diferente de outras espécies de cascudos, não cavam ninhos tocas profundas no solo, procuram frestas e tocas prontos.
Podemos reconhecer os cascudos deste grupo por apresentarem placas muito definidas, geralmente corpo curto e cabeça larga. a maioria das espécies possui formações carnosas na cabeça e espinhos retráteis logo atrás da boca, sob os olhos, no lugar onde imaginaríamos ser a "bochecha" deles.


Possuem boca grande e dentículos bem distribuídos por toda a extensão dos "lábios". São espécies oportunistas, alimentam-se de algas e matéria vegetal, mas podem se aproveitar de carcaças e restos de comida.
Podem inclusive acabar causando grande estrago em plantas de folhas mais macias, por isso, alimentação adicional diária com verduras e legumes é sempre bem vinda! Em se tratando de reprodução, melhor que a oferta seja constante, trocada diariamente.
São conhecidos como Bodós, Acarís ou Pretos-Velho. Algumas espécies, como o Aba Branca, o Aba Laranja, o Bodó Seda (Ancistrus sp. cf. hoplogenys), são muito bonitos e de coloração marcante, a maioria, no entanto, é escura, com manchas ora irregulares, como que marmorizados, ora super definida em pontos ou listras nítidas.

Os Ancistrus em si tem uma grande vantagem: são também relativamente fáceis de se diferenciar o sexo, facilitando muito a obtenção de casais!
Só que muitas vezes machos e fêmeas são tão diferentes que podem parecer espécies diferentes, por isso, procure comprá-los juntos, machos e fêmeas de uma mesma remessa. Aumenta a possibilidade de serem efetivamente da mesma espécie.


Na foto acima, casal de provavelmente Ancistrus temminckii alimentando-se de um pedaço de abobrinha.Perceba as formações carnosas na cabeça do macho, ausentes na fêmea.

OBTENDO A DESOVA
Tenho reproduzido cascudos do gênero Ancistrus sp. há anos, desde que consegui alguns cascudos desses como lembranças de meu primeiro NEC (Northeast Council of Aquarium Societies – evento de aquarismo da costa oeste estadunidense). Seu antigo dono me assegurou reproduzirem facilmente e que, brevemente estaria a volta com muitos “cascudinhos” nadando por aí.




Passou um ano e nem sinal de desova, e eu comecei a achar que não era algo assim tão simples! No tanque haviam alguns pedaços de cano de PVC, cascalho e plantas artificiais. Não conseguia imaginar o que estava fazendo errado.
Por sorte, num desses encontros, acabei reencontrando o antigo dono de meus cascudos. Discuti com ele detalhadamente sobre o procedimento e vi que precisaria de um lugar, como uma rocha de superfície plana, onde um macho poderia instituir seu ninho! Sem um lugar ideal para o ninho, eles não reproduzem.
Cheguei em casa e coloquei uma rocha, em três dias já havia um macho lá arrumando as coisas! Depois de dois dias apareceram os ovos!
Depois de cinco anos reproduzo a terceira geração desde o grupo original. Tenho cerca de 300 cascudos, vendo 25 a 50 por semana se não estaria abarrotado de cascudinhos mesmo! Sua fertilidade é muito grande e as perdas são mínimas!
O setup do aquário é bastante flexível. Aprecio aquários de 80 litros pela praticidade, sem cascalho, plantas ou quaisquer objetos de decoração, apenas duas coisas são indispensáveis: uma área para reprodução, além, claro, de um bom pedaço de tronco já afundado. Suprimir ao máximo a decoração facilita manter a assepsia do tanque, sifonagens, localizar os filhotes, etc.
Mantenho o PH ligeiramente ácido e em água de DH baixo. Há quem os reproduza em condições mais diversas, mas procuro ater-me ao padrão mais próximo de seus possíveis habitats.
A área de reprodução é algo fácil de construir. Uso uma caixa plástica mais ou menos do tamanho de uma caixa de sapatos, coloco uma fina camada de areia ou cascalho fino. Usando um pequeno prato feito de material opaco e preferivelmente de cor escura, faço uma depressão neste cascalho e posiciono o prato sobre essa depressão, com a base para cima. Pode-se colocar alguma pedra maior ou mesmo um pequeno tronco para forçar uma pequena abertura, e coloco esse conjunto gentilmente no aquário, só tomando o cuidado de gentilmente retirar bolhas de ar que fiquem presas no prato.
A solução do prato é bastante confortável, pois tem uma boa área, é fácil de limpar e de guardar quando não estiver em uso, entretanto alguns exemplares preferem tocas mais apertada, como pedaços de cano cortados ao meio, gomos de bambu cortados ao meio ou telhas de barro.
Algumas vezes o macho ignora o prato e convida a fêmea a desovar entre a caixa plástica e o vidro da lateral. Não se preocupe com isso, pelo menos ele está desovando. O macho cuidará da cria não importa onde ela esteja.


Na foto acima, macho de Ancistrus guardando seus ovos num ninho feito em uma placa de pedra com formato semelhante a um pequeno prato.


O tronco mencionado é importantíssimo para que os peixes se alimentem dele literalmente. Os ácidos e proteínas do tronco auxiliam seu processo digestivo.
Mantenho trios de um macho e duas fêmeas em aquários de cerca de 80 litros. Pelo menos uma delas estará apta à desova, se por acaso ambas estiverem simultaneamente, o macho cuidará dos ovos com igual cuidado. NUNCA mantenha mais de um macho por tanque, em se tratando de reprodução, ficam muito agressivos. Mesmo assim, nunca tive nenhum exemplar seriamente ferido nesse tipo de combate.
As fêmeas, no entanto, não oferecem nenhuma vantagem ou mal aos filhotes, os ignoram completamente.
Uso pequenos filtros externos conjugados a filtros internos de esponja. Como a maioria dos cascudos, habitam águas com grande oxigenação, e é preciso reproduzir esta condição em seu tanque. Uso carvão ativado constantemente nos filtros e os substituo a cada mês e meio, além da lavagem dos filtros e de trocas parciais de 50% do volume total por semana. Tudo para garantir uma excelente qualidade de água.
Estas espécies geralmente não precisam de temperaturas muito altas para reproduzir. Espécies mais exóticas geralmente vêm da Amazônia, as que apresentam padronagem mais complexas e multicoloridas. As espécies de coloração mais modesta ou uniforme são encontradas em todo continente sul-americano, portanto temperaturas mais baixas. 27ºC costuma ser ideal, mas faça testes com seus cascudos, se aumentar um pouco a temperatura ajudar, faça isso!
Quando o macho ficar constantemente dentro da toca, é sinal que a desova ocorreu.
Os ovos de Ancistrus são grandes e em tons de laranja ou amarelo, alguns quando maduros são quase vermelho sangue.
Os ovos são grudados entre si fortemente, formando uma massa única e rígida. NUNCA TOQUE NOS OVOS, POR MAIS TENTADOR QUE POSSA PARECER! Os ovos se quebram facilmente e o stress pode convencer o macho que a cria está perdida, e ele perderá o interesse por ela. Os filhotes quase nunca sobrevivem sem o cuidado do pai.
Aliás, o macho cuidará da cria com todas as suas forças até que atinjam algo como 3 a 4cm de comprimento, quando as crias começarão a sair do ninho e o pai já se interessará por uma nova desova.
Justamente aí está a vantagem de colocar o ninho dentro de uma caixa plástica, facilita a retirada das crias, pelo menos de parte dela. Não que as crias incomodem novas reproduções, mas quanto mais filhotes houver no aquário, menor será o interesse dos peixes em reproduzir.

Na figura acima, macho de Ancistrus cuidando da cria em um cano cortado ao meio.

CUIDANDO DOS FILHOTES
Os filhotes comerão o mesmo que os pais assim que saírem do ninho. Abobrinha é o preferido, mas aceitam blood worms congeladas, pedaços de peixe etc.
Abobrinhas me parecem ter um efeito "afrodizíaco" sobre os cascudos. Eu as corto em fatias e os deixo se fartarem. Geralmente reproduzem após uma boa refeição de rodelas de abobrinha.
Os filhotes passam o dia nas abobrinhas, se alimentando muito e crescendo fortes. Mas não as deixe demais, as coloque de manhã e retire à noite.
Reproduzir seus filhotes é uma boa pedida, pois já estão mais que perfeitamente adaptados às condições de seu tanque, porém é preciso paciência. Como todo peixe gato, cascudos demoram a amadurecer, exemplares com cerca de um ano e meio a dois anos estão aptos a tentar reproduzir. Não estranhe se eles falharem nas primeiras desovas, logo aprendem como fazer.

CONCLUSÕES
Cascudos são uma "mão na roda" para um aquarista. Mantenho cascudos em todos os meus tanques, inclusive nos de crescimento de alevinos de ciclídeos. Além de darem cabo a boa parte das algas, limpam restos de comida que se acumulariam no fundo e não incomodam outros peixes, ou seja, manter cascudos reduzem nossas intervenções e o stress que elas causam aos peixes.
Até onde eu entendo, todos que possuem um aquário dulcícola deveriam manter alguns destes pequenos, belos e guerreiros aliados.



OS CASCUDOS
Ancistrus spOs cascudos pertencentes ao gênero Ancistrus são encontrados em todo Brasil de norte a sul, e apresentam uma variedade enorme de espécies, formatos e colorações.
Dentre as diversas espécies de cascudos, as pertencentes a esse grupo (Ancistrus e afins, como Parancistrus, Hypancistrus etc.) são relativamente fáceis de reproduzir pois, diferente de outras espécies de cascudos, não cavam ninhos tocas profundas no solo, procuram frestas e tocas prontos.
Podemos reconhecer os cascudos deste grupo por apresentarem placas muito definidas, geralmente corpo curto e cabeça larga. a maioria das espécies possui formações carnosas na cabeça e espinhos retráteis logo atrás da boca, sob os olhos, no lugar onde imaginaríamos ser a "bochecha" deles.


Possuem boca grande e dentículos bem distribuídos por toda a extensão dos "lábios". São espécies oportunistas, alimentam-se de algas e matéria vegetal, mas podem se aproveitar de carcaças e restos de comida.
Podem inclusive acabar causando grande estrago em plantas de folhas mais macias, por isso, alimentação adicional diária com verduras e legumes é sempre bem vinda! Em se tratando de reprodução, melhor que a oferta seja constante, trocada diariamente.
São conhecidos como Bodós, Acarís ou Pretos-Velho. Algumas espécies, como o Aba Branca, o Aba Laranja, o Bodó Seda (Ancistrus sp. cf. hoplogenys), são muito bonitos e de coloração marcante, a maioria, no entanto, é escura, com manchas ora irregulares, como que marmorizados, ora super definida em pontos ou listras nítidas.

Os Ancistrus em si tem uma grande vantagem: são também relativamente fáceis de se diferenciar o sexo, facilitando muito a obtenção de casais!
Só que muitas vezes machos e fêmeas são tão diferentes que podem parecer espécies diferentes, por isso, procure comprá-los juntos, machos e fêmeas de uma mesma remessa. Aumenta a possibilidade de serem efetivamente da mesma espécie.


Na foto acima, casal de provavelmente Ancistrus temminckii alimentando-se de um pedaço de abobrinha.Perceba as formações carnosas na cabeça do macho, ausentes na fêmea.

OBTENDO A DESOVA
Tenho reproduzido cascudos do gênero Ancistrus sp. há anos, desde que consegui alguns cascudos desses como lembranças de meu primeiro NEC (Northeast Council of Aquarium Societies – evento de aquarismo da costa oeste estadunidense). Seu antigo dono me assegurou reproduzirem facilmente e que, brevemente estaria a volta com muitos “cascudinhos” nadando por aí.




Passou um ano e nem sinal de desova, e eu comecei a achar que não era algo assim tão simples! No tanque haviam alguns pedaços de cano de PVC, cascalho e plantas artificiais. Não conseguia imaginar o que estava fazendo errado.
Por sorte, num desses encontros, acabei reencontrando o antigo dono de meus cascudos. Discuti com ele detalhadamente sobre o procedimento e vi que precisaria de um lugar, como uma rocha de superfície plana, onde um macho poderia instituir seu ninho! Sem um lugar ideal para o ninho, eles não reproduzem.
Cheguei em casa e coloquei uma rocha, em três dias já havia um macho lá arrumando as coisas! Depois de dois dias apareceram os ovos!
Depois de cinco anos reproduzo a terceira geração desde o grupo original. Tenho cerca de 300 cascudos, vendo 25 a 50 por semana se não estaria abarrotado de cascudinhos mesmo! Sua fertilidade é muito grande e as perdas são mínimas!
O setup do aquário é bastante flexível. Aprecio aquários de 80 litros pela praticidade, sem cascalho, plantas ou quaisquer objetos de decoração, apenas duas coisas são indispensáveis: uma área para reprodução, além, claro, de um bom pedaço de tronco já afundado. Suprimir ao máximo a decoração facilita manter a assepsia do tanque, sifonagens, localizar os filhotes, etc.
Mantenho o PH ligeiramente ácido e em água de DH baixo. Há quem os reproduza em condições mais diversas, mas procuro ater-me ao padrão mais próximo de seus possíveis habitats.
A área de reprodução é algo fácil de construir. Uso uma caixa plástica mais ou menos do tamanho de uma caixa de sapatos, coloco uma fina camada de areia ou cascalho fino. Usando um pequeno prato feito de material opaco e preferivelmente de cor escura, faço uma depressão neste cascalho e posiciono o prato sobre essa depressão, com a base para cima. Pode-se colocar alguma pedra maior ou mesmo um pequeno tronco para forçar uma pequena abertura, e coloco esse conjunto gentilmente no aquário, só tomando o cuidado de gentilmente retirar bolhas de ar que fiquem presas no prato.
A solução do prato é bastante confortável, pois tem uma boa área, é fácil de limpar e de guardar quando não estiver em uso, entretanto alguns exemplares preferem tocas mais apertada, como pedaços de cano cortados ao meio, gomos de bambu cortados ao meio ou telhas de barro.
Algumas vezes o macho ignora o prato e convida a fêmea a desovar entre a caixa plástica e o vidro da lateral. Não se preocupe com isso, pelo menos ele está desovando. O macho cuidará da cria não importa onde ela esteja.


Na foto acima, macho de Ancistrus guardando seus ovos num ninho feito em uma placa de pedra com formato semelhante a um pequeno prato.


O tronco mencionado é importantíssimo para que os peixes se alimentem dele literalmente. Os ácidos e proteínas do tronco auxiliam seu processo digestivo.
Mantenho trios de um macho e duas fêmeas em aquários de cerca de 80 litros. Pelo menos uma delas estará apta à desova, se por acaso ambas estiverem simultaneamente, o macho cuidará dos ovos com igual cuidado. NUNCA mantenha mais de um macho por tanque, em se tratando de reprodução, ficam muito agressivos. Mesmo assim, nunca tive nenhum exemplar seriamente ferido nesse tipo de combate.
As fêmeas, no entanto, não oferecem nenhuma vantagem ou mal aos filhotes, os ignoram completamente.
Uso pequenos filtros externos conjugados a filtros internos de esponja. Como a maioria dos cascudos, habitam águas com grande oxigenação, e é preciso reproduzir esta condição em seu tanque. Uso carvão ativado constantemente nos filtros e os substituo a cada mês e meio, além da lavagem dos filtros e de trocas parciais de 50% do volume total por semana. Tudo para garantir uma excelente qualidade de água.
Estas espécies geralmente não precisam de temperaturas muito altas para reproduzir. Espécies mais exóticas geralmente vêm da Amazônia, as que apresentam padronagem mais complexas e multicoloridas. As espécies de coloração mais modesta ou uniforme são encontradas em todo continente sul-americano, portanto temperaturas mais baixas. 27ºC costuma ser ideal, mas faça testes com seus cascudos, se aumentar um pouco a temperatura ajudar, faça isso!
Quando o macho ficar constantemente dentro da toca, é sinal que a desova ocorreu.
Os ovos de Ancistrus são grandes e em tons de laranja ou amarelo, alguns quando maduros são quase vermelho sangue.
Os ovos são grudados entre si fortemente, formando uma massa única e rígida. NUNCA TOQUE NOS OVOS, POR MAIS TENTADOR QUE POSSA PARECER! Os ovos se quebram facilmente e o stress pode convencer o macho que a cria está perdida, e ele perderá o interesse por ela. Os filhotes quase nunca sobrevivem sem o cuidado do pai.
Aliás, o macho cuidará da cria com todas as suas forças até que atinjam algo como 3 a 4cm de comprimento, quando as crias começarão a sair do ninho e o pai já se interessará por uma nova desova.
Justamente aí está a vantagem de colocar o ninho dentro de uma caixa plástica, facilita a retirada das crias, pelo menos de parte dela. Não que as crias incomodem novas reproduções, mas quanto mais filhotes houver no aquário, menor será o interesse dos peixes em reproduzir.

Na figura acima, macho de Ancistrus cuidando da cria em um cano cortado ao meio.

CUIDANDO DOS FILHOTES
Os filhotes comerão o mesmo que os pais assim que saírem do ninho. Abobrinha é o preferido, mas aceitam blood worms congeladas, pedaços de peixe etc.
Abobrinhas me parecem ter um efeito "afrodizíaco" sobre os cascudos. Eu as corto em fatias e os deixo se fartarem. Geralmente reproduzem após uma boa refeição de rodelas de abobrinha.
Os filhotes passam o dia nas abobrinhas, se alimentando muito e crescendo fortes. Mas não as deixe demais, as coloque de manhã e retire à noite.
Reproduzir seus filhotes é uma boa pedida, pois já estão mais que perfeitamente adaptados às condições de seu tanque, porém é preciso paciência. Como todo peixe gato, cascudos demoram a amadurecer, exemplares com cerca de um ano e meio a dois anos estão aptos a tentar reproduzir. Não estranhe se eles falharem nas primeiras desovas, logo aprendem como fazer.

CONCLUSÕES
Cascudos são uma "mão na roda" para um aquarista. Mantenho cascudos em todos os meus tanques, inclusive nos de crescimento de alevinos de ciclídeos. Além de darem cabo a boa parte das algas, limpam restos de comida que se acumulariam no fundo e não incomodam outros peixes, ou seja, manter cascudos reduzem nossas intervenções e o stress que elas causam aos peixes.
Até onde eu entendo, todos que possuem um aquário dulcícola deveriam manter alguns destes pequenos, belos e guerreiros aliados.



OS CASCUDOS
Ancistrus spOs cascudos pertencentes ao gênero Ancistrus são encontrados em todo Brasil de norte a sul, e apresentam uma variedade enorme de espécies, formatos e colorações.
Dentre as diversas espécies de cascudos, as pertencentes a esse grupo (Ancistrus e afins, como Parancistrus, Hypancistrus etc.) são relativamente fáceis de reproduzir pois, diferente de outras espécies de cascudos, não cavam ninhos tocas profundas no solo, procuram frestas e tocas prontos.
Podemos reconhecer os cascudos deste grupo por apresentarem placas muito definidas, geralmente corpo curto e cabeça larga. a maioria das espécies possui formações carnosas na cabeça e espinhos retráteis logo atrás da boca, sob os olhos, no lugar onde imaginaríamos ser a "bochecha" deles.


Possuem boca grande e dentículos bem distribuídos por toda a extensão dos "lábios". São espécies oportunistas, alimentam-se de algas e matéria vegetal, mas podem se aproveitar de carcaças e restos de comida.
Podem inclusive acabar causando grande estrago em plantas de folhas mais macias, por isso, alimentação adicional diária com verduras e legumes é sempre bem vinda! Em se tratando de reprodução, melhor que a oferta seja constante, trocada diariamente.
São conhecidos como Bodós, Acarís ou Pretos-Velho. Algumas espécies, como o Aba Branca, o Aba Laranja, o Bodó Seda (Ancistrus sp. cf. hoplogenys), são muito bonitos e de coloração marcante, a maioria, no entanto, é escura, com manchas ora irregulares, como que marmorizados, ora super definida em pontos ou listras nítidas.

Os Ancistrus em si tem uma grande vantagem: são também relativamente fáceis de se diferenciar o sexo, facilitando muito a obtenção de casais!
Só que muitas vezes machos e fêmeas são tão diferentes que podem parecer espécies diferentes, por isso, procure comprá-los juntos, machos e fêmeas de uma mesma remessa. Aumenta a possibilidade de serem efetivamente da mesma espécie.


Na foto acima, casal de provavelmente Ancistrus temminckii alimentando-se de um pedaço de abobrinha.Perceba as formações carnosas na cabeça do macho, ausentes na fêmea.

OBTENDO A DESOVA
Tenho reproduzido cascudos do gênero Ancistrus sp. há anos, desde que consegui alguns cascudos desses como lembranças de meu primeiro NEC (Northeast Council of Aquarium Societies – evento de aquarismo da costa oeste estadunidense). Seu antigo dono me assegurou reproduzirem facilmente e que, brevemente estaria a volta com muitos “cascudinhos” nadando por aí.




Passou um ano e nem sinal de desova, e eu comecei a achar que não era algo assim tão simples! No tanque haviam alguns pedaços de cano de PVC, cascalho e plantas artificiais. Não conseguia imaginar o que estava fazendo errado.
Por sorte, num desses encontros, acabei reencontrando o antigo dono de meus cascudos. Discuti com ele detalhadamente sobre o procedimento e vi que precisaria de um lugar, como uma rocha de superfície plana, onde um macho poderia instituir seu ninho! Sem um lugar ideal para o ninho, eles não reproduzem.
Cheguei em casa e coloquei uma rocha, em três dias já havia um macho lá arrumando as coisas! Depois de dois dias apareceram os ovos!
Depois de cinco anos reproduzo a terceira geração desde o grupo original. Tenho cerca de 300 cascudos, vendo 25 a 50 por semana se não estaria abarrotado de cascudinhos mesmo! Sua fertilidade é muito grande e as perdas são mínimas!
O setup do aquário é bastante flexível. Aprecio aquários de 80 litros pela praticidade, sem cascalho, plantas ou quaisquer objetos de decoração, apenas duas coisas são indispensáveis: uma área para reprodução, além, claro, de um bom pedaço de tronco já afundado. Suprimir ao máximo a decoração facilita manter a assepsia do tanque, sifonagens, localizar os filhotes, etc.
Mantenho o PH ligeiramente ácido e em água de DH baixo. Há quem os reproduza em condições mais diversas, mas procuro ater-me ao padrão mais próximo de seus possíveis habitats.
A área de reprodução é algo fácil de construir. Uso uma caixa plástica mais ou menos do tamanho de uma caixa de sapatos, coloco uma fina camada de areia ou cascalho fino. Usando um pequeno prato feito de material opaco e preferivelmente de cor escura, faço uma depressão neste cascalho e posiciono o prato sobre essa depressão, com a base para cima. Pode-se colocar alguma pedra maior ou mesmo um pequeno tronco para forçar uma pequena abertura, e coloco esse conjunto gentilmente no aquário, só tomando o cuidado de gentilmente retirar bolhas de ar que fiquem presas no prato.
A solução do prato é bastante confortável, pois tem uma boa área, é fácil de limpar e de guardar quando não estiver em uso, entretanto alguns exemplares preferem tocas mais apertada, como pedaços de cano cortados ao meio, gomos de bambu cortados ao meio ou telhas de barro.
Algumas vezes o macho ignora o prato e convida a fêmea a desovar entre a caixa plástica e o vidro da lateral. Não se preocupe com isso, pelo menos ele está desovando. O macho cuidará da cria não importa onde ela esteja.


Na foto acima, macho de Ancistrus guardando seus ovos num ninho feito em uma placa de pedra com formato semelhante a um pequeno prato.


O tronco mencionado é importantíssimo para que os peixes se alimentem dele literalmente. Os ácidos e proteínas do tronco auxiliam seu processo digestivo.
Mantenho trios de um macho e duas fêmeas em aquários de cerca de 80 litros. Pelo menos uma delas estará apta à desova, se por acaso ambas estiverem simultaneamente, o macho cuidará dos ovos com igual cuidado. NUNCA mantenha mais de um macho por tanque, em se tratando de reprodução, ficam muito agressivos. Mesmo assim, nunca tive nenhum exemplar seriamente ferido nesse tipo de combate.
As fêmeas, no entanto, não oferecem nenhuma vantagem ou mal aos filhotes, os ignoram completamente.
Uso pequenos filtros externos conjugados a filtros internos de esponja. Como a maioria dos cascudos, habitam águas com grande oxigenação, e é preciso reproduzir esta condição em seu tanque. Uso carvão ativado constantemente nos filtros e os substituo a cada mês e meio, além da lavagem dos filtros e de trocas parciais de 50% do volume total por semana. Tudo para garantir uma excelente qualidade de água.
Estas espécies geralmente não precisam de temperaturas muito altas para reproduzir. Espécies mais exóticas geralmente vêm da Amazônia, as que apresentam padronagem mais complexas e multicoloridas. As espécies de coloração mais modesta ou uniforme são encontradas em todo continente sul-americano, portanto temperaturas mais baixas. 27ºC costuma ser ideal, mas faça testes com seus cascudos, se aumentar um pouco a temperatura ajudar, faça isso!
Quando o macho ficar constantemente dentro da toca, é sinal que a desova ocorreu.
Os ovos de Ancistrus são grandes e em tons de laranja ou amarelo, alguns quando maduros são quase vermelho sangue.
Os ovos são grudados entre si fortemente, formando uma massa única e rígida. NUNCA TOQUE NOS OVOS, POR MAIS TENTADOR QUE POSSA PARECER! Os ovos se quebram facilmente e o stress pode convencer o macho que a cria está perdida, e ele perderá o interesse por ela. Os filhotes quase nunca sobrevivem sem o cuidado do pai.
Aliás, o macho cuidará da cria com todas as suas forças até que atinjam algo como 3 a 4cm de comprimento, quando as crias começarão a sair do ninho e o pai já se interessará por uma nova desova.
Justamente aí está a vantagem de colocar o ninho dentro de uma caixa plástica, facilita a retirada das crias, pelo menos de parte dela. Não que as crias incomodem novas reproduções, mas quanto mais filhotes houver no aquário, menor será o interesse dos peixes em reproduzir.

Na figura acima, macho de Ancistrus cuidando da cria em um cano cortado ao meio.

CUIDANDO DOS FILHOTES
Os filhotes comerão o mesmo que os pais assim que saírem do ninho. Abobrinha é o preferido, mas aceitam blood worms congeladas, pedaços de peixe etc.
Abobrinhas me parecem ter um efeito "afrodizíaco" sobre os cascudos. Eu as corto em fatias e os deixo se fartarem. Geralmente reproduzem após uma boa refeição de rodelas de abobrinha.
Os filhotes passam o dia nas abobrinhas, se alimentando muito e crescendo fortes. Mas não as deixe demais, as coloque de manhã e retire à noite.
Reproduzir seus filhotes é uma boa pedida, pois já estão mais que perfeitamente adaptados às condições de seu tanque, porém é preciso paciência. Como todo peixe gato, cascudos demoram a amadurecer, exemplares com cerca de um ano e meio a dois anos estão aptos a tentar reproduzir. Não estranhe se eles falharem nas primeiras desovas, logo aprendem como fazer.

CONCLUSÕES
Cascudos são uma "mão na roda" para um aquarista. Mantenho cascudos em todos os meus tanques, inclusive nos de crescimento de alevinos de ciclídeos. Além de darem cabo a boa parte das algas, limpam restos de comida que se acumulariam no fundo e não incomodam outros peixes, ou seja, manter cascudos reduzem nossas intervenções e o stress que elas causam aos peixes.
Até onde eu entendo, todos que possuem um aquário dulcícola deveriam manter alguns destes pequenos, belos e guerreiros aliados.



OS CASCUDOS
Ancistrus spOs cascudos pertencentes ao gênero Ancistrus são encontrados em todo Brasil de norte a sul, e apresentam uma variedade enorme de espécies, formatos e colorações.
Dentre as diversas espécies de cascudos, as pertencentes a esse grupo (Ancistrus e afins, como Parancistrus, Hypancistrus etc.) são relativamente fáceis de reproduzir pois, diferente de outras espécies de cascudos, não cavam ninhos tocas profundas no solo, procuram frestas e tocas prontos.
Podemos reconhecer os cascudos deste grupo por apresentarem placas muito definidas, geralmente corpo curto e cabeça larga. a maioria das espécies possui formações carnosas na cabeça e espinhos retráteis logo atrás da boca, sob os olhos, no lugar onde imaginaríamos ser a "bochecha" deles.


Possuem boca grande e dentículos bem distribuídos por toda a extensão dos "lábios". São espécies oportunistas, alimentam-se de algas e matéria vegetal, mas podem se aproveitar de carcaças e restos de comida.
Podem inclusive acabar causando grande estrago em plantas de folhas mais macias, por isso, alimentação adicional diária com verduras e legumes é sempre bem vinda! Em se tratando de reprodução, melhor que a oferta seja constante, trocada diariamente.
São conhecidos como Bodós, Acarís ou Pretos-Velho. Algumas espécies, como o Aba Branca, o Aba Laranja, o Bodó Seda (Ancistrus sp. cf. hoplogenys), são muito bonitos e de coloração marcante, a maioria, no entanto, é escura, com manchas ora irregulares, como que marmorizados, ora super definida em pontos ou listras nítidas.

Os Ancistrus em si tem uma grande vantagem: são também relativamente fáceis de se diferenciar o sexo, facilitando muito a obtenção de casais!
Só que muitas vezes machos e fêmeas são tão diferentes que podem parecer espécies diferentes, por isso, procure comprá-los juntos, machos e fêmeas de uma mesma remessa. Aumenta a possibilidade de serem efetivamente da mesma espécie.


Na foto acima, casal de provavelmente Ancistrus temminckii alimentando-se de um pedaço de abobrinha.Perceba as formações carnosas na cabeça do macho, ausentes na fêmea.

OBTENDO A DESOVA
Tenho reproduzido cascudos do gênero Ancistrus sp. há anos, desde que consegui alguns cascudos desses como lembranças de meu primeiro NEC (Northeast Council of Aquarium Societies – evento de aquarismo da costa oeste estadunidense). Seu antigo dono me assegurou reproduzirem facilmente e que, brevemente estaria a volta com muitos “cascudinhos” nadando por aí.




Passou um ano e nem sinal de desova, e eu comecei a achar que não era algo assim tão simples! No tanque haviam alguns pedaços de cano de PVC, cascalho e plantas artificiais. Não conseguia imaginar o que estava fazendo errado.
Por sorte, num desses encontros, acabei reencontrando o antigo dono de meus cascudos. Discuti com ele detalhadamente sobre o procedimento e vi que precisaria de um lugar, como uma rocha de superfície plana, onde um macho poderia instituir seu ninho! Sem um lugar ideal para o ninho, eles não reproduzem.
Cheguei em casa e coloquei uma rocha, em três dias já havia um macho lá arrumando as coisas! Depois de dois dias apareceram os ovos!
Depois de cinco anos reproduzo a terceira geração desde o grupo original. Tenho cerca de 300 cascudos, vendo 25 a 50 por semana se não estaria abarrotado de cascudinhos mesmo! Sua fertilidade é muito grande e as perdas são mínimas!
O setup do aquário é bastante flexível. Aprecio aquários de 80 litros pela praticidade, sem cascalho, plantas ou quaisquer objetos de decoração, apenas duas coisas são indispensáveis: uma área para reprodução, além, claro, de um bom pedaço de tronco já afundado. Suprimir ao máximo a decoração facilita manter a assepsia do tanque, sifonagens, localizar os filhotes, etc.
Mantenho o PH ligeiramente ácido e em água de DH baixo. Há quem os reproduza em condições mais diversas, mas procuro ater-me ao padrão mais próximo de seus possíveis habitats.
A área de reprodução é algo fácil de construir. Uso uma caixa plástica mais ou menos do tamanho de uma caixa de sapatos, coloco uma fina camada de areia ou cascalho fino. Usando um pequeno prato feito de material opaco e preferivelmente de cor escura, faço uma depressão neste cascalho e posiciono o prato sobre essa depressão, com a base para cima. Pode-se colocar alguma pedra maior ou mesmo um pequeno tronco para forçar uma pequena abertura, e coloco esse conjunto gentilmente no aquário, só tomando o cuidado de gentilmente retirar bolhas de ar que fiquem presas no prato.
A solução do prato é bastante confortável, pois tem uma boa área, é fácil de limpar e de guardar quando não estiver em uso, entretanto alguns exemplares preferem tocas mais apertada, como pedaços de cano cortados ao meio, gomos de bambu cortados ao meio ou telhas de barro.
Algumas vezes o macho ignora o prato e convida a fêmea a desovar entre a caixa plástica e o vidro da lateral. Não se preocupe com isso, pelo menos ele está desovando. O macho cuidará da cria não importa onde ela esteja.


Na foto acima, macho de Ancistrus guardando seus ovos num ninho feito em uma placa de pedra com formato semelhante a um pequeno prato.


O tronco mencionado é importantíssimo para que os peixes se alimentem dele literalmente. Os ácidos e proteínas do tronco auxiliam seu processo digestivo.
Mantenho trios de um macho e duas fêmeas em aquários de cerca de 80 litros. Pelo menos uma delas estará apta à desova, se por acaso ambas estiverem simultaneamente, o macho cuidará dos ovos com igual cuidado. NUNCA mantenha mais de um macho por tanque, em se tratando de reprodução, ficam muito agressivos. Mesmo assim, nunca tive nenhum exemplar seriamente ferido nesse tipo de combate.
As fêmeas, no entanto, não oferecem nenhuma vantagem ou mal aos filhotes, os ignoram completamente.
Uso pequenos filtros externos conjugados a filtros internos de esponja. Como a maioria dos cascudos, habitam águas com grande oxigenação, e é preciso reproduzir esta condição em seu tanque. Uso carvão ativado constantemente nos filtros e os substituo a cada mês e meio, além da lavagem dos filtros e de trocas parciais de 50% do volume total por semana. Tudo para garantir uma excelente qualidade de água.
Estas espécies geralmente não precisam de temperaturas muito altas para reproduzir. Espécies mais exóticas geralmente vêm da Amazônia, as que apresentam padronagem mais complexas e multicoloridas. As espécies de coloração mais modesta ou uniforme são encontradas em todo continente sul-americano, portanto temperaturas mais baixas. 27ºC costuma ser ideal, mas faça testes com seus cascudos, se aumentar um pouco a temperatura ajudar, faça isso!
Quando o macho ficar constantemente dentro da toca, é sinal que a desova ocorreu.
Os ovos de Ancistrus são grandes e em tons de laranja ou amarelo, alguns quando maduros são quase vermelho sangue.
Os ovos são grudados entre si fortemente, formando uma massa única e rígida. NUNCA TOQUE NOS OVOS, POR MAIS TENTADOR QUE POSSA PARECER! Os ovos se quebram facilmente e o stress pode convencer o macho que a cria está perdida, e ele perderá o interesse por ela. Os filhotes quase nunca sobrevivem sem o cuidado do pai.
Aliás, o macho cuidará da cria com todas as suas forças até que atinjam algo como 3 a 4cm de comprimento, quando as crias começarão a sair do ninho e o pai já se interessará por uma nova desova.
Justamente aí está a vantagem de colocar o ninho dentro de uma caixa plástica, facilita a retirada das crias, pelo menos de parte dela. Não que as crias incomodem novas reproduções, mas quanto mais filhotes houver no aquário, menor será o interesse dos peixes em reproduzir.

Na figura acima, macho de Ancistrus cuidando da cria em um cano cortado ao meio.

CUIDANDO DOS FILHOTES
Os filhotes comerão o mesmo que os pais assim que saírem do ninho. Abobrinha é o preferido, mas aceitam blood worms congeladas, pedaços de peixe etc.
Abobrinhas me parecem ter um efeito "afrodizíaco" sobre os cascudos. Eu as corto em fatias e os deixo se fartarem. Geralmente reproduzem após uma boa refeição de rodelas de abobrinha.
Os filhotes passam o dia nas abobrinhas, se alimentando muito e crescendo fortes. Mas não as deixe demais, as coloque de manhã e retire à noite.
Reproduzir seus filhotes é uma boa pedida, pois já estão mais que perfeitamente adaptados às condições de seu tanque, porém é preciso paciência. Como todo peixe gato, cascudos demoram a amadurecer, exemplares com cerca de um ano e meio a dois anos estão aptos a tentar reproduzir. Não estranhe se eles falharem nas primeiras desovas, logo aprendem como fazer.

CONCLUSÕES
Cascudos são uma "mão na roda" para um aquarista. Mantenho cascudos em todos os meus tanques, inclusive nos de crescimento de alevinos de ciclídeos. Além de darem cabo a boa parte das algas, limpam restos de comida que se acumulariam no fundo e não incomodam outros peixes, ou seja, manter cascudos reduzem nossas intervenções e o stress que elas causam aos peixes.
Até onde eu entendo, todos que possuem um aquário dulcícola deveriam manter alguns destes pequenos, belos e guerreiros aliados.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Cascudo (peixe)

Cascudo é a designação comum aos peixes siluriformes da família Loricariidae, também conhecidos como acari, cari, boi-de-guará e uacari. Os loricariídeos são peixes exclusivamente de água doce, que habitam os rios e lagos da América Central e do Sul.
Os cascudos caracterizam-se pelo corpo delgado, revestido de placas ósseas, e pela cabeça grande. A boca localiza-se na face ventral e em algumas espécies é rodeada por barbas. Estes peixes vivem nos fundos dos rios, até cerca de 30 metros de profundidade, e alimentam-se de lodo, vegetais e restos orgânicos em geral.
Algumas espécies de pequena dimensão conhecidas como limpa-fundos, como o Hypostomus plecostomus, são muito populares em aquariofilia pelo gosto com que limpam o fundo dos aquários de algas e detritos indesejáveis.
[editar]Géneros

Acanthicus
Acestridium
Ancistrus
Aphanotorulus
Apistoloricaria
Aposturisoma
Baryancistrus
Brochiloricaria
Chaetostoma
Cordylancistrus
Corumbataia
Corymbophanes
Crossoloricaria
Cteniloricaria
Dasyloricaria
Dekeyseria
Delturus
Dentectus
Dolichancistrus
Epactionotus
Eurycheilichthys
Exastilithoxus
Farlowella
Furcodontichthys
Glyptoperichthys
Guyanancistrus
Harttia
Harttiella
Hemiancistrus
Hemiodontichthys
Hemipsilichthys
Hisonotus
Hopliancistrus
Hypancistrus
Hypoptopoma
Hypostomus
Isbrueckerichthys
Isorineloricaria
Ixinandria
Kronichthys
Lamontichthys
Lasiancistrus
Leporacanthicus
Leptoancistrus
Limatulichthys
Lipopterichthys
Liposarcus
Lithogenes
Lithoxancistrus
Lithoxus
Loricaria
Loricariichthys
Megalancistrus
Metaloricaria
Microlepidogaster
Nannoptopoma
Neblinichthys
Neoplecostomus
Niobichthys
Oligancistrus
Otocinclus
Otothyris
Oxyropsis
Panaque
Paraloricaria
Parancistrus
Pareiorhina
Parotocinclus
Peckoltia
Planiloricaria
Pogonopoma
Pseudacanthicus
Pseudancistrus
Pseudohemiodon
Pseudolithoxus
Pseudoloricaria
Pseudorinelepis
Pseudotocinclus
Pseudotothyris
Pterosturisoma
Pterygoplichthys
Pyxiloricaria
Reganella
Rhadinoloricaria
Rhinelepis
Ricola
Rineloricaria
Schizolecis
Scobinancistrus
Spatuloricaria
Spectracanthicus
Squaliforma
Sturisoma
Sturisomatichthys

Colisa

Colisa é um peixe de água doce, da família Osphronemidae. É um dos peixes mais conhecidos entre os aquaristas, pela sua coloração e pela facilidade de sua criação. São peixes que assim como os Betas, respiram ar atmosférico, necessitando, assim, de menos oxigênio (mesmo assim, é bom sempre trocar a água) . Dependendo do peixe, podem mostrar comportamento diferente, alguns sendo mais calmos e outros mais agressivos dentro do aquário. Podem viver em aquários comunitários, sempre evitando colocá-los com tricogasters, que podem persegui-los. As colisas podem viver junto com peixes menores que eles.
[editar]Reprodução

Sua reprodução é muito parecida com a dos Betas, fora pelo fato de que a dos betas não se deve soltar logo a fêmea no aquário. Se possível, o aquário deve ser de no mínimo 20 litros, bem plantados, de preferência com plantas em cima do aquário, para ajudar no ninho de bolhas (deixe a água em cerca de 12 centímetros, para quando os alevinos nascerem, não terem grande pressão sobre si). Primeiro, precisa-se saber qual o sexo das colisas. Naturalmente, os machos são coloridos (vermelhos com partes azuis) e as fêmeas prateadas ou brancas. Coloque o macho com três ou quatro fêmeas, e repare qual é a de interesse dele. Ele irá construir o ninho de bolhas, e retire as fêmeas que ele não se mostrou interessado. Então, deixe apenas os dois no aquário, e acontecerá a perseguição e o acasalamento com o abraço "nupcial".

Néon (peixe)

Tetra-néon ou simplesmente néon (Paracheirodon innesi) é um peixe de água doce da família Characidae da ordem Characiformes, originário da região norte da América do Sul.
É um peixe de cardume de cores muito vivas muito apreciado na aquariofilia de água doce. São excelentes para um aquário comunitário, pois são muito pacíficos, e devem manter-se no mínimo 6 exemplares de tetra-neon, pois ele necessita de cardume para se mostre desinibido e à vontade com outros peixes. Idealmente, a água deve estar por volta de 26º e o PH de 6,4 a 6,8. Apesar de já existirem criações na Ásia, no Brasil ele é capturado no médio Rio Negro, por pescadores artesanais, que vendem os peixinhos para atravessadores, que os distribuem pelo mundo, notadamente Europa, EUA e Japão, onde sempre atinge alto preço. O geógrafo Flavio Bonfá, do Objetivo e UNIP, permaneceu na região de captura estudando as formas de comércio, e denunciou a retirada ilegal em matéria do jornal O Estado de São Paulo, que está em http://www.demene.cnpm.embrapa.br/export.html
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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Guppy

O Barrigudinho, também chamado de Guppy ou lebiste (Poecilia reticulata) é um belo peixe ornamental de comportamento pacífico, originário da América Central e América do Sul, com vida de aproximadamente 2 anos, usado em exposições aquarísticas. O guppy é um animal ovovivíparo da família dos poecilídeos. O comprimento do macho adulto é de aproximadamente 5 centímetros e o da fêmea, 7 cm.
Pode ser facilmente encontrado em rios do Sudeste do Brasil, mesmo poluídos, sendo muitas vezes confundido por leigos com girinos. Em sua forma original, possui um tom cinzento, porém a partir de cruzamentos em cativeiro costuma adquirir cores fortes, dos mais variados tipos[1].A partir daí, existem diversas "raças", ou "matrizes", que podem ser comercializadas por um preço considerável[2].
O barrigudinho em sua forma original não costuma ser utilizado para aquariofilia, sendo o guppy propriamente dito suas variantes coloridas.
Índice [esconder]
1 Distribuição e diversidade
2 Histórico da nomenclatura
3 Ecologia e comportamento
4 Alimentação
5 Referências
6 Ligações externas
[editar]Distribuição e diversidade

No seu ambiente natural, na América do Sul e nas Caraíbas, os guppies são normalmente encontrados em populações isoladas, habitando pequenos riachos e lagos de diversos tamanhos.
Espalhadas por vários países de clima tropical ou subtropical, existem também populações de guppies, formadas a partir de peixes que escaparam para a natureza ou que foram deliberadamente introduzidos, para ajudar a combater a doença da malária (entre as principais fontes de alimento dos guppies encontram-se as larvas de mosquito). Por ser um comedor de superfície e adorarem alimentos vivos como as larvas de mosquito, alguns municípios de São Paulo estão usando para combater o mosquito da Dengue com muito sucesso[carece de fontes].
[editar]Histórico da nomenclatura

Talvez devido à sua grande área de propalação, foi favorecida a formação de variedades de cores e outras pequenas diferenciações no Guppy . Como, na época em que o Guppy foi encontrado primeiramente para a descrição e classificação, uma das características principais que determinavam o enquadramento na nomenclatura científica era a cor, torna-se compreensível que o Guppy passasse a adquirir uma sinonímia incomparavelmente grande.
O antigo museu da Academia de Ciências de Berlin recebera uma remessa de peixes (conservados), provenientes da Venezuela , que fora entregue ao funcionário da seção ictiológica, WILHEM C. h. PETERS ( 1815 - 1883 ). Este publicou , no dia 9 de Junho de 1859 , uma nota no boletim da Academia , descrevendo uma nova espécie , denominando-a POECILIA RETICULATA , proveniente do rio Guayre. Vale a pena ressalvar que a remessa de peixes só continha , entre outras espécies , um exemplar feminino de Guppy , o que parcialmente vai explicar a confusão que em seguida surgiu em torno do nome científico do Guppy. Em 1861, o Museu de Turim recebeu alguns exemplares e FILIPPI ( 1814 - 1867 ), baseado na formação do gonopódio, que divergia bastante dos demais Poecilídeos até então conhecidos , achou correto chamá-lo de LEBISTES POECILOIDES . Cinco anos mais tarde, ALBERT C. GUENTHER ( 1830 - 1914 ) deu-lhe o nome de GYRARDINUS GUPPYI, numa homenagem ao remetente: Reverendo ROBERT JOHN LECHMERE GUPPY, que lhe mandara uma remessa coletada na Ilha de Trindade, pois achou que merecia classificação bem distinta das Poecilias.
Ao total foram três classificações independentes do mesmo peixe. Além disso, após esse período, tendeu-se a classificar o peixe ora como espécie, ora como uma subespécie, pertencendo a um ou outro gênero.
[editar]Ecologia e comportamento

A variedade de padrões e cores é enorme entre as várias populações, inclusive, em linhagens albinas. Os que partilham o seu habitat com espécies de peixes predadores têm normalmente cores menos vívidas, enquanto que os que não têm de lidar com esse problema têm cores mais exuberantes. Na reprodução, os genes de peixes mais ou menos coloridos são favorecidos de acordo com este tipo de fatores.
Pode acontecer que entre os machos da espécie haja comportamentos agressivos (por exemplo morder as barbatanas), como também acontece entre outras espécies como os platys e os cauda de espada, ou ocasionalmente com outras espécies de barbatanas vistosas como os escalares.
Os guppys criam de uma forma fácil, basta fazer com que o macho se interesse pela fêmea para a fecundar e logo de seguida colocar a mesma numa maternidade de forma que quando os alevinos nascerem tenham logo local para poderem nadar seguros (o melhor mesmo é ter o aquário com muitas plantas para os bébés se esconderem, assim evita-se que sejam devorados pelos pais). Os alevinos podem ficar até 2 dias sem alimento, pois nascem com um saco vintelino. Os guppys são ovovivíparos[3].


Devido aos cruzamentos sucessivos surgiram inúmeras variedades de cauda de guppy
[editar]Alimentação

Os Guppys podem ser alimentados várias vezes ao dia desde que seja em pequenas porções, o cardápio pode ser variado e incluindo alimentos vivos como por exemplo artêmias salinas ou enquitréias. Se acha também no mercado alimentos congelados tipo artêmias congeladas ou bloodworms congelados. Os alimentos industrializados também são bastante apreciados, mas sempre em pequenas porções, nunca deixe sobrar comida no fundo do aquário.
Referências

↑ http://www.agostinhomonteiro.com.br/Hereditariedade_do_Guppy.htm
↑ http://www.cleyson.com.br/guppy/matrizes.php
↑ Guppy ou Lebistes (exemplo de peixe ovovivíparo) em SaúdeAQnimal.com – Zoo virtual acessado a 29 de maio de 2009
[editar]Ligações externas

Guppy no Aquahobby.com
Guppy no Guppycacarola.com.br
Guppy selvagem
Guppy - www.oaquarista.com.br

O Commons possui multimídias sobre Guppy
Categorias: PoeciliaAquariofilia

peixe japones

A partir de exemplares selvagens de coloração marrom o Carassius Auratus, os chineses e japoneses através de variedades e seleção genéticas desenvolveram exemplares das mais diversificadas no corpo , coloração , nadadeiras, e acabaram se espalhando pelo mundo todo. O peixe Japonês ou Peixe Dourado ou Gold Fish, vive em águas frias, se alimentam facilmente de rações, e é o peixe mais popular no mundo todo. A resistência deste peixe é muito grande , aceita grandes variações de temperatura. O Peixe dourado deve viver em um aquário de grande movimentação de água, pois é muito exigente em oxigenação. É um peixe que vive procurando alimento no fundo do aquário fazendo que a água do aquário fique facilmente suja. Para sanar este problema devemos usar filtros com uma boa capacidade de circulação.
A reprodução:
A reprodução dos Peixes Dourados não é muito difícil, a fêmea desova de 2 a 5 vezes ao ano. Tanto a fêmea quanto o macho deve ter no mínimo de 2 a 3 anos de idade. A temperatura ideal para o acasalamento é de 18 graus. O macho persegue a fêmea intensamente, a desova ocorre pela manhã . Cerca de 500 ovos são depositados e dura cerca de 2 a 3 horas. Logo após a desova os ovos devem ser retirados para que os pais não se alimentem deles. O ovos devem ser transferidos para um aquário com as mesmas características e com a mesma água de onde ocorreu a desova. A eclosão ocorre 4 dias depois, em uma temperatura de 22 graus que deve ser corrigida gradualmente. Após 2 dias, a natação livre dos alevinos acontece e devem ser alimentados imediatamente com Nauplius de Artemias ou Dafnias vivas. Depois do Trigésimo dia do nascimento, pode ser oferecido junto com as Artemias, rações especiais para alevinos. A diferença de sexo , ao contrário que muitos pensam, não é pelas nadadeiras. O método mais conveniente para a diferenciação esta nos esporos ou espinhos brancos na superfície do opérculo ou pelo orifício uro-genital que se apresenta em uma forma triangular estreita. Estes dois métodos confirma um exemplar macho.

Betta splendens

Betta splendens é um peixe originário do Sudeste Asiático (Indochina) da família Osphronemidae. O Betta também é conhecido como peixe de briga siamês (Brasil) ou Combatente (Portugal) devido à sua agressividade contra peixes da mesma espécie. Esta agressividade verifica-se predominantemente entre machos da espécie, de modo que, um macho colocado junto a peixes de espécies dóceis convive sem problema. Por outro lado, se colocadas em aquários pequenos, mesmo as fêmeas se tornam agressivas, com uma delas, geralmente a maior, assumindo o papel dominante e agredindo as demais.
Na sua forma selvagem os Bettas apresentam uma coloração discreta (cor acastanhada) que se confunde com o meio ambiente e com alguns tons de vermelho e azul nas barbatanas, são menores e menos agressivos que as formas domésticas. Na natureza podem ser encontrados nas bermas dos campos de arrozais, regatos, e pequenos lagos. O sistema social desta espécie é um sistema territorial em que durante a época de reprodução (época das chuvas) os machos defendem um território formado em redor de um "ninho-bolha", que eles próprios constroem e mantém. As fêmeas visitam os machos que as cortejam até estas libertarem os ovos. Em seguida e após a fertilização, os machos colocam os ovos no ninho e expulsam as fêmeas do território.
A reprodução em cativeiro é relativamente simples, bastando para isso um aquário (que pode ser pequeno) e um pequeno recipiente transparente. No aquário, coloca-se um macho, enquanto coloca-se a fêmea no pequeno recipiente. Em seguida, o recipiente (com a boca para cima) é colocado dentro do aquário, que terá um nível de água insuficiente para cobrir o recipiente. Uma vez visualizando a fêmea, o macho irá iniciar a construção do ninho, formado por diversas bolhas na superfície. Essa tarefa pode ser facilitada por algo que fique na superfície da água, como um isopor ou pedaço de plástico, o que evita que o ninho se prenda ao recipiente da fêmea. Uma vez construído o ninho, é o momento de soltar a fêmea, que será cortejada e envolvida pelo macho - se eles tiverem um contato imediato, o macho irá cortejá-la antes de fazer o ninho, só depois de um tempo a cortejando, ele começará a fazer o ninho. Sob pressão, a fêmea se entregará ao macho, então o macho a abraçará - esse abraço é conhecido como abraço nupcial. Ela expelirá os ovos, que serão fertilizados e colocados no ninho pelo macho, com a boca. Algumas fêmeas ajudam o macho, outras preferem comer os próprios ovos. Uma vez concluído esta etapa, a fêmea deve ser retirada para não ser morta pelo macho. Este será responsável por cuidar dos ninhos e dos alevinos após o nascimento, devolvendo ao ninho os que caem. Após uns quatro dias, contando como início o dia em que os ovos eclodiram, o macho tem que ser separado dos alevinos, pois nessa hora ele poderá come-los.
Este peixe tem a particularidade de respirar o ar atmosférico, graças a órgãos chamados de labirintos, que fazem com que o ar passe bem próximo da corrente sanguínea dele, proporcionando a troca de oxigênio com o sangue por meio de difusão. Por este motivo, os Bettas podem viver em águas pobres em oxigênio, mas não poluídas.
Os Bettas são muito populares entre os entusiastas de aquariofilia. As formas domésticas que atualmente se podem comprar nas lojas são o resultado de dois tipos de selecção artificial. Por um lado procurou-se produzir peixes com caracteristicas mais ornamentais, com barbatanas alongadas e corpo colorido (ver fotografia), por outro procurou-se criar peixes mais agressivos, para serem utilizados em torneios de luta (mais comum no Sudeste Asiático). Estes últimos normalmente apresentam barbatanas curtas e são de maior tamanho.

[editar]Anatomia

Tanto a anatomia do betta, como a suas cores, são altamente variadas e diversas.A maioria das pessoas usam nomes Ingleses para dar nome a anatomia dos bettas, como "Double-Tail"(Bettas que tem Cauda Dupla). Os bettas possuem 4 nadadeiras, a nadadeira Dorsal(que fica em cima do dorso do animal), a nadadeira Anal (localizada na parte de baixo do dorso do animal), a "barriga", a nadadeira Ventral ou Pélvica(localizada muito proxiama a cabeça do animal) e finalmente a nadadeira caudal, é por causa dela que geralmente os "tipos" de bettas são formados, tais como :
-Double tail DT (cauda dupla): Esta cauda podemos dizer que esta na origem de todos os diferentes tipos de caudas que hoje conhecemos. tem a característica de possuir uma cauda dividida em duas partes, regra geral a sua divisão é homogénea e existindo tanto curtas como longas, há alguns casos com caudas de lados diferentes tanto no tamanho no comprimento como na largura, sendo estes também considerados de dupla cauda.
Veiltail, VT (cauda de véu): Esta cauda é caracterizada por serem em geral bastante longas e finas, e quando quer fazer uma demonstração de força aos seus adversários ou de vigor para as fêmeas, esta tem uma abertura maior na parte mais perto da base do tronco do que na extremidade deixando-a muito parecida a forma de um véu que esta a ser empurrado por uma ligeira brisa.
Deltas DT (cauda delta): Esta cauda é caracterizada por ter um tamanho bastante razoável e pela abertura em forma de leque, o que o deferência do cauda de véu, e quando o macho faz alguma demonstração de força, esta tem um ângulo de abertura entre os 30º aos 100º de ângulo.
Super delta Tail SDT (cauda super delta): Cauda com as mesmas características da cauda delta, mas com a particularidade de ter uma abertura superior a esta, podendo ir de um ângulo mínimo de 100º ate os quase 180º. Muitas das vezes que vemos um destes exemplares bem desenvolvidos é bastante difícil de os diferenciar dos Halfmoon.
Halfmoon HM (cauda meia lua): Os Halfmoon ou cauda meia lua são chamados de esta maneira devido a abertura da cauda a quando quer fazer-se notar ser igual a 180º, sendo considerados por muitos dos amantes deste peixe como o máximo em beleza e harmonia, tanto pelas longas caudas e barbatanas que possui como pela sua amplitude de abertura no momento em que quer demonstrar a sua força, o seu tamanho, a beleza e estado de perfeita saúde em que se encontra. Também em esta variedade de cauda encontramos uma diversidade de cores, que na maioria dos casos resulta da combinação de machos de cores sólidas com fêmeas de cores variadas, encontrando de esta maneira muitas cores mármore, butterflies e cores exóticas. Também existem alguns exemplares com abertura da cauda superior a 180º, estes chamados de overhalfmoon. Os peixes HM considerados em concursos como exemplares perfeitos e merecedores de prémios são aqueles que no contesto total as barbatanas dorsal e ventral têm o tamanho igual a cauda, formando no conjunto uma lua quase cheia. Também é de salientar que quando cruzados dois exemplares de esta estirpe, todos eles vão possuir o gene HM, mas só uma parte dos rebentos que atingem a maturidade é que ficam com a cauda que lhes da o nome.
Crontail CRT (cauda de coroa): O betta com a cauda de coroa é facilmente reconhecida e diferenciada das outras, já que é caracterizada por ter em todas a barbatanas (ventrais, dorsal e peitoral) e cauda prolongamentos dos filamentos espinhosos, estas podem ser de vários tipos, como os raios duplos, triplos, múltiplos, desordenados, cruzados o Kingcrowntail, curtos e longos.
Plakat PKT (cauda curta): Cauda com as características o mais próximo dos seus ancestrais, por ser bastante curta e arredondada, também a barbatana ventral tem um acabamento característico acabando na maioria em bico. Ao longo dos tempos com poucas modificações, mas existindo já muitos de eles de cauda com bastante abertura, quase com ângulo de um HM (180º), e possuidores do gene halfmoon.

Mas alem dos tipos de cauda, há também uma grande variabilidade nas cores, tal como:
As cores sólidas: São indivíduos de cores bem acentuadas e definidas, que não demonstram nenhuma outra coloração no mesmo espécimen. Ex.: Preto,laranja, verde, azul royal, púrpura, azul metálico, vermelha, branco, amarelo,etc..
Os bicolores: São indivíduos que no seu padrão base contêm duas cores bases, mas sem nenhum outro tipo de mancha, seja no tronco ou qualquer uma das barbatanas. Ex.: Azul/Amarelo, Azul/ Branco, Castanho/Amarelo, Vermelho/ Amarelo. Preto/ Amarelo e muitas outras.
As cores butterfly: São indivíduos que no seu padrão base contêm duas ou mais cores, e porque estes já não são chamados de bicolores, pela existência de duas ou mais cores nas diferentes partes do betta, desde que estejam bem ordenadas. Ex.: Deixem a vossa imaginação correr com todas as cores que possam imaginar.
As cores mármores e Cambodja: São indivíduos que no seu padrão de cores podaram ser muito variados isto é, nas cores Cambodja na totalidade dos casos o tronco do betta tem sempre uma cor mais clara em relação as cores das barbatanas, podendo esta ser da mesma cor mas mais forte ou de uma outra. Os mármores penso que não haverá qualquer dúvida em perceber que trata-se de indivíduos com o corpo e as barbatanas de cores distribuídas pelas diferentes partes do corpo, sejam elas só duas ou mais cores. Ex.: Nos da cor Cambodja podem ter das mais variadas cores e mais de duas desde que a cor do corpo do peixe seja sempre mais clara que o resto, Os Mármores têm uma infinidade de mutações que podem aparecer.
[editar]Ligações Externas

http://www.oaquarista.com.br/Betta_s.htm
http://www.apbetta.com
http://mundodobetta.pt.vu/
http://http://www.bettaportugal.co
http://www.aquahobby.com/gallery/b_betta.php
http://www.aquaonline.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1437&Itemid=52
http://www.bettabrasil.com.br
http://bettamadeiravariedades.blogspot.com/
http://www.rdenubila.oi.com.br/peixebetta/anatomia.htm
http://www.clubeportuguesdobetta.com/